sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Psiu! Ouça!

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Salmo 19:1, 2


Era sexta-feira, ao pôr do sol. Do convés ocidental do nosso navio de cruzeiro, podíamos ver um Oceano Atlântico incomumente pacífico e, além dele, uma linha de horizonte infinita. Então, nós a notamos. Acima da suave ondulação do mar, perto do rosado sol poente, uma formação de nuvens parecia representar as asas estendidas de uma pomba. As patinhas pareciam encolhidas no voo, e a cabeça se voltava para baixo, como se estivesse pousando. Parecia ser uma bênção sobre o sábado, uma bênção sobre nosso culto ao Criador. Meu esposo correu para captar aquele momento em filme; porém, eu não me mexi, com medo de que a pomba desaparecesse.

“Os céus proclamam a glória de Deus”, um Deus que parece ter exibido um espetáculo aéreo glorioso para dois de Seus filhos, no meio do Atlântico. Embora estivéssemos num navio com milhares de outros passageiros, perguntei-me se alguém mais teria testemunhado aquilo que vimos. “Os céus proclamam”, como observa o salmista. Mas, se não tivéssemos olhado e prestado atenção naquele momento, teríamos perdido uma revelação espetacular da glória de Deus.

Penso nas maravilhas celestiais que perdemos cada dia, ao sair correndo de casa, mal tendo proferido uma oração. Enfrentamos o trânsito, contendemos com as tensões normais do trabalho, depois voltamos para pagar contas e preparar o jantar – todas as coisas que mantêm nossos olhos voltados para baixo. Talvez enxerguemos apenas os buracos na rua, o carro que precisa ser lavado ou cestos de roupa suja implorando atenção.

Nem a beleza ao nosso redor se compara. Uma mansão sobre o monte, com piso de madeira nobre, tem seu charme; e a nova cozinha planejada, com revestimentos lustrosos de cerâmica, tem seus encantos. Mas, em comparação com a glória revelada nos serenos céus de Deus, quão insignificantes se mostram!

Assim, convido-a para que tome um momento. Talvez saia de casa, se puder. Os céus estão falando – muitas vezes com trovões e relâmpagos, às vezes com o luar prateado, às vezes com estrelas refulgentes. Se você olhar para cima, se prestar atenção, poderá ouvir e ver a glória de Deus. E você nunca mais será a mesma.

Annette Walwyn Michael



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